Archive for dezembro 2007

Démon

segunda-feira, dezembro 31, 2007 Comments Off

- Save me now, for I am Death, and shall not have the mercy of the end.

- Salvação nenhuma tens a ti reservada, pois, pelos caminhos da eternidade por demônios sejas conduzido.

Honra de Homens

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- Te amo como meu amigo, meu irmão, meu pai, meu filho... Mas sabes que deve ser feito.

- O sei bem. Mas amor nada tem a ver com isso. Não camufle a lama com flores. Seja homem, honre teu ato. Não perca a dignidade e o faça tão cedo possa.

- Abandone esse manto de amargura, meu irmão, que verá que é por amor que isto faço. É pelo amor que tanto sinto por ti que o faço olhando em teus olhos. Abrace-me. Encontre em meus braços o amor do fim.

O outro, então, caminha, de cabeça erguida, e o abraça.
Ele segura a cabeça do outro, conforme esse vai perdendo as forças aos poucos, caindo ao chão.

- Adeus, meu irmão.

Limpa sua adaga, guarda-a bem, e se vai.

Confissões de Amor

sexta-feira, dezembro 28, 2007 § 0

Sinto, às vezes, certo ciúmes.
Não, de ninguém.
Sinto, às vezes, certo ciúmes das palavras bonitas que nunca sairam de mim.
Certas vezes, gostaria de exprimir de mim a paixão efeverscente de Thalita Peron. Sua simplicidade para dizer tudo em muito pouco, para resumir o amor em três linhas, e nos fazer parar no final para nos mostrar que, não não, o amor vai muito além disso.
Sinto, às vezes, vontade de agradecê-la publicamente por carregar consigo seu caderninho de anotações.
Agradecê-la por expressar tão bem em palavras o amor inteiro que sinto. O amor em mim, de todos os dias.
Continuarei a escrever sobre tudo, sobre as tristezas e amores de todos... Porque de mim não preciso escrever. O amor que sinto está nas palavras dela.

Minha confissão é uma carta de agradecimento.
Obrigado.

A você,
Thalita Peron.
Minha irmã.

Obrigado.

De Poder e Movimento

§ 0

Ele, então, sai correndo até o armário em seu quarto, que revira, até encontrar sua câmera filmadora. Tenta ligá-la enquanto volta correndo à sala. Pára em frente a seu amigo, há certa distância, e segura firmemente a câmera apontada a seu amigo, enquanto olha diretamente nos seus olhos, e diz, com uma assustadora segurança e determinação:

- Mãos ao alto.

O amigo permance calado por algum tempo.

- Isso não é uma arma.

Ele respira fundo.

- Sim. Isso é.

Flores, Meu Amor

sexta-feira, dezembro 21, 2007 § 0

Porque, você sabe, são flores que trago hoje para você. São clichés, sim, sei bem, mas toda beleza é cliché, porque toda felicidade que existe, existe para todos, e tudo que é belo para todos é cliché. Então, de todas as belezas, escolhi a mais sincera. De todos os clichés, selecionei a dedo o de perfume mais doce, o mais macio e gracioso, o cliché mais gratificante. De todos os clichés, escolhi você. As flores são só para acompanhar.

Teatro de Areia

sexta-feira, dezembro 14, 2007 § 0

- Não sei. Talvez quando estava mentindo, estava dizendo a verdade. Já não sei mais. Meus personagens falam através de mim, usam minha boca... Não, não... NÃO! Eu falo através de meus personagens, uso sua boca... Não, não... Não? Sim. Sim, sim... Sim? Sim o quê? O que falei? Eu falei? Não não, não falei. Eu atuei. É diferente. Estou incorporando outros personagens, outras vidas. Estou vivendo a vida dos outros. Não. Estou mentindo. Estou vivendo minha vida disfarçada da vida dos outros. Estou atuando. Estou..? Atuando..? Não. Estou contando verdades disfarçadas de mentiras. De personagens. Estou vivendo outros personagens sob a carcaça de mim mesmo. Ahm.. Não. Estou vivendo minha carcaça disfarçada de outros personagens.

Coração

quinta-feira, dezembro 13, 2007 § 0

- Pare de chorar.

- Não consigo. Já disse. Meu coração está se rasgando.

- "Rasgando"? Não seria rachando? Quebrando? Despedaçando?

- Não. Rasgando. Se tivesse se despedaçado, seria simplesmente como uma pedra se quebrando. Doeria na hora. Mas não. Vivo a tortura de sentí-lo se repuxando, esticando, rasgando aos pouquinhos... Rasgando. Não quebrando, não rachando. Rasgando. As pessoas que lamentam ter o coração despedaçado não sabem o bem que isso é.

Dialogue

quarta-feira, dezembro 05, 2007 § 0

- Maybe...

- Maybe what?

- Maybe you don’t know what you say.

- It’s gonna be like that from now on?

- Like what?

- "You this, you that..."

- That depends.

- On what?

- On what you wanna be. I can stop talking right now, but it doesn’t depend on me. I don’t talk because I want to, I talk because you give me reasons to.

- Where are you trying to get to?

- Nowhere. Just like I said, doesn’t depends on me. We can go anywhere, it just depends on you.
The world is too perfect when I’m with you. You can take me to Hell, that it’s gonna become a comfortable place, if I’m there with you.

- Are you saying I should go to Hell?

- I’m saying you should take me anywhere; I’m yours. I’m yours as I was never anyone else’s.

- Don’t you think it’s missing a little bit of pride in you?

- Don’t you think it’s missing a little bit of passion in you?

- I don’t need passion.

- Sure, just like I don’t need the oxygen in my lungs either.

- Of course you need. Without it, you’ll die.

- Exactly.

- What’s your point?

- You.

- You’re already here, me too.

- Maybe...

- Maybe what?

- Maybe your way to see the distance is different than mine.

- I doubt it. I measure in meters, like everyone else.

- The world is too theoretical for you. You measure in meters, but you can’t measure passion like that.

- But I told you already I don’t need passion.

- And who said I was talking about you?

- Oh, so that’s how it’s going to be?

- How what?

- "You this, you that...”

- Dejà vú feeling.

- Maybe you should start keeping your words to yourself.

- Maybe you should start listening more what people have to say to you.

- And what do you have to say to me?

- Nothing.

- What do you mean “nothing”?

- Well... It’s not a matter of what I have to say to you, but a matter of what you’ll be willing to listen.

- Why do you persist with all these words games? Don’t you ever get tired of this sick game?

- You consider word a sickness? Oh, now I get your great health.

- Your tentative to offend me won’t take any effect.

- Already did.

- How?

- You just mentioned it; sign that you noted, so, it had effect.

- Leave me in peace.

- Maybe...

- Maybe what?

- Maybe you don’t know what peace is.

- Maybe you don’t know who yourself are.

- And who are you to discuss who am I or am I not?

- I am the person you love.

- I do not love you. I never did.

- You love me, yes. You feel passion, you feel love, you feel hate, you feel pain, you feel pleasure. You feel pleasure in hating me, and feel hate in loving me.
I’m everything you ever wanted, everything you never wanted. I am everything.

- Including arrogant.

- And who are you to tell me what am I or am I not?

- I am the person you hate. You love to hate me, you feel pleasure in hurting me. Perhaps that’s our greatest problem.

- What?

- I love you and I hate you, and I need your despise, to love you more and more. And you need my love, to despise me more and more. You fell in love with me. Fell in love with despising me, and I fell in love with been despised.

- Maybe...

- Maybe what?

- Maybe you’re wrong.

- Maybe you haven’t fell in love with despise?

- Maybe I’m not in love with anything.

- Maybe we should stop right here.

- Why? Have you reached the conclusion that you mean nothing to me?

- I have reached the conclusion that I mean everything to you, but it’s not apt to me to announce it. You shall realize, but on your own, and in the right time. And by the time you realize I mean everything to you, you won’t mean anything to me anymore. And even then, we’ll still be in the same place we were from the beginning, proving that, wherever are our choices, I am everything to you, and you are everything to me.

- Maybe...

- Maybe what?

- Maybe, simply, as always, maybe.

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> Original em PT > Clique aqui.

Vivian Franco

segunda-feira, dezembro 03, 2007 § 0

Com uma perna frente à outra, sem mover qualquer outra parte do corpo, ele caminha até a poltrona. Com sua taça de Mitolo erguida à altura do peito, ele deixa claro que aquele recinto é seu.
Senta-se levemente, olhando fixo para o outro, jogado sobre o sofá no extremo oposto da sala.
Uma pessoa comum poderia achar, à primeira vista, que seus olhos fossem inexpressivos. De uma escuridão absoluta, seus olhos tinham uma sedução bem diferente de as de seus irmãos.
Seus olhos negros criavam um abismo, onde a pessoa que o olhava, sem perceber, se deixava levar pela sua profundidade, leve e sutilmente.
Vivian não precisa de sorrisos de canto, Vivian não prostitui seu olhar. Sua concentração é sua sedução. Enquanto as pessoas se deixam flutuar nas águas negras de seus olhos, ele permanece imóvel, petrificado, petrificando os outros como gelo, deixando sem reação, sem controle, sem conseguir respirar, ofegando, suando...

Vivian Franco domina invisivelmente como um vampiro no espelho. Quando você percebe, seu sangue já escorre por sua boca. E você gosta, você sente prazer, você agradece, ofegando em sílabas distorcidas, "obrigado...".

Vivian leva a taça à boca, e desvia o olhar, com a feição inalterável, bebendo suavemente, enquanto responde em sua mente "Não agradeça. Não o fiz por você".
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