Archive for junho 2007

Fitas de Cetim

quarta-feira, junho 13, 2007 § 0

E quem quer entrar na dança?
Pra frente, pro lado
Tropeçar, cair de quatro
Na boa vontade, quase alcança
Mas a dança é nossa
Tão formosa
Rápida
Misteriosa
Na boa vontade, quase alcança
Mas ninguém balança
A dança é nossa
A dança é minha
Vou rápido e brusco
Você só caminha
Te jogo pra cima
Você é minha
Cai no chão
"Não sou não"
A dança é um solo
Não cabe mais ninguém
É muito perigoso
Posso machucar alguém.

Escuro

terça-feira, junho 12, 2007 § 0

De quem é o rosto que você vê quando deita a cabeça e fecha os olhos?

Concretismo

sexta-feira, junho 08, 2007 § 0

Se a mentira tivesse um formato, indiscutivelmente seria uma esfera brilhante prateada, e à exceção de um microscópico racho na parte inferior dela, uma esfera perfeita. O gosto, obviamente, uma deliciosa mistura do doce do mel e do cacau.

A verdade, por outro lado, certamente seria um fragmento uniforme viscoso numa coloração meio rosada, meio albina, coberto de uma gosma esbranquiçada, com um repulsivo gosto azedo de remédio para lumbriga.

Para Meu Dia Nascer Feliz

quinta-feira, junho 07, 2007 § 0

Cores

Porque certas vezes é preciso largar mão, parar de se preocupar, parar de enxergar cinza em tudo.

O mundo é colorido demais. Só precisamos ver.

Preto e branco jamais nos levarão a qualquer lugar. Cores saturadas não nos trarão felicidade.

Certas vezes, é preciso enxergar o céu roxo prendendo a respiração, brincando de quem agüenta mais tempo sem respirar. Ou árvores amarelas, se fingindo de ouro, mostrando todo seu brilho.

É preciso enxergar cores mesmo onde não tenha. Porque, se virmos, então terá. Nosso mundo será tão colorido quanto quisermos. Só depende de nós, de nossos olhos, do que queremos ver.

Não podemos deixar o daltonismo nos dominar, e tomar nossa percepção.

O mundo é colorido sim.

E nós iremos ver.

Maqêdo | A Máquina

quarta-feira, junho 06, 2007 § 0

Maqêdo permanece em pé. Mantém um olhar seco, centrado, enquanto alimenta os pombos em sua volta.

Não tem preocupações. Hoje não é dia de preocupações.

Respira com calma, e viaja os olhos pelo chão enfestado de pombos, enquanto pedaços de pão voam de suas mãos.

Não está interessado no que está à sua volta. Não, não hoje.

Maqêdo acredita sinceramente que a única forma de tudo se resolver, é com cada um fazendo sua parte. Ele vê o mundo como uma grande máquina operada por incontáveis pessoas, mas a máquina só funciona quando todos, absolutamente todos, fazem apenas a sua parte, e nada mais. Nenhuma interferência.

Ele acordou, e veio calmo até os pombos. Sabia que nada mais existia no mundo para fazer. Sua parte era aquela. Sua função na Grande Máquina era aquela, então concentrou-se, e fez o melhor que pôde.

Nada mais em volta importava. Não devia se importar. Só devia se concentrar ali, em si mesmo, e em seus pombos.

Genialidade

sábado, junho 02, 2007 § 0

Você é especial, você tem idéias inteligentes, inovadoras, únicas. Mas elas não valem de nada enquanto você não executá-las.

Você pode ser um gênio, mas se ninguém mais viu isso, você é um gênio apenas dentro de si, porque toda a sua genialidade vai morrer com você.

E se tudo de especial que você tinha, você deixou morrer consigo, então você nunca teve nada de especial.

Nada de genial.

Nada.

Porque a genialidade não está nas idéias, mas na execução delas.

Ter idéias e não executá-las ainda é não ter idéias.
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