Archive for abril 2012

Encontro

sábado, abril 28, 2012 § 0

O encontro do homem nômade se faz no despedir da meretriz.

Permanência

sexta-feira, abril 27, 2012 § 0

Tenta avisar que vai chegar, mas não me deixa saber se vai voltar.

Escrita

quinta-feira, abril 26, 2012 § 0

A escrita é a preguiça daquele que não fui.

Sem querer, nem esperar

quarta-feira, abril 25, 2012 § 0

Vira,
o verso.
Um amigo,
que se foi.
Sem querer
ou esperar
nem
antecipar
a preguiça
que é o ponto final
da droga que se consome
e o resultado é
aquele
que vimos
e viramos
como o verso
ou o amigo
que se foi.
(sem querer, nem esperar)

Foco

§ 0

Um foco,
dois focos.
Três focos,
nenhum foco.

Compliment

§ 0

O Diabo nos elogia.

Uma sabedoria perdida

§ 0

O álcool conecta os tempos, desde os perdidos e nunca ditos até os desejados por repreendidos.
É o (des)enclave do troll arrependido - a água santa do vampiro renegado.
A inconsistência é, por conseqüência,  o vazio na memória do elefante, que repreende, mas de vez, e retorna permissivamente como o peixe, aquele, de ouro.
Do Douro, questiono "onde foi que eu errei?", sem ter nem mesmo a humildade de viajar de volta para cá, que não é lá. Pois, sei, o prazer do Douro é imensurável, e tuas regalias estendem-se sobre os solos enriquecidos dos quais soberbo.
Continuo, sem irromper as capitanias ou laçar a natureza.
A venda dos cofres daria os barões necessários, e uma distância a mais nos posiciona de volta ao circo; não desvencilho, do qual, sei, errei, e uma vírgula não mudará.
Uma bênção que se busca é só o topo, da cereja, daquele doce que não ousamos comer, como a nutrição aquela da qual sabemos não podermos nos abstrair.
A correção é a confissão, tão nítida quanto todas as páginas nunca tecidas, num anseio num medo, numa pré-disposição ao pronome que não (tememos) pronunciamos.
O desejo é esse do qual não escrevemos. Não sabemos.
Nem, sequer, concordamos.
Uma sabedoria perdida.
Repito, uma sabedoria perdida.

Hora de despedir-se

§ 0

Como uma letra pode ser mais clara?
Se a caneta falha,
é hora de ir embora.

Sinal

terça-feira, abril 24, 2012 § 0

A dor que sinto é o sinal postergado.

É o que bamba

segunda-feira, abril 23, 2012 § 0

Estão decidindo o que fazem comigo.
Empurra pra frente,
empurra pra trás.

É o que bamba.

Escrevo no escuro

domingo, abril 22, 2012 § 0

Escrevo no escuro,
esperando a luz.

Separo o gerúndio.

Não posso rimar,
Não posso chorar.

Diga que não estou

quinta-feira, abril 19, 2012 § 0

Poderia viver apenas para estar
E se
Estaria vivo?

Francisca a meu lado

quarta-feira, abril 18, 2012 § 0

Me dizem que não sou suficiente
E não sou, se não sei o rap

A responsabilidade que existe
Existe
E se fecha

Clausura

Meu tempo
Um tempo só meu (onde se foi?)

Quero ser
Quero viver
Não se fecha
Me diz

Onde se foi?

O fruto do ambiente em que se vive
Quero viver

Ninguém nos entende
Ninguém nos vê

O obséquio, aquele que não vou, não voltou

Onde está meu ambiente, para que nasça meu fruto?
São árvores secas
São bruxas
Pode voltar, por aquele, o obséquio?

Meu fruto se foi, caiu de maduro, e não estive lá para pegá-lo

Um sol pode vir a cair bem

Somos a planta
Somos as árvores
Somos as bruxas
E os príncipes
Em português, para que se entenda
Que se encontre
Que se encoste
E que não me deixe
Não me esqueça
Não, me ame

Os olhos
Não me esquecem
Não os esqueço

Nosso fruto

Fogem das vozes
Não se enjoa?
Só se repete, e me enjoa
Não se vão, por que?

Um sol pode vir a cair bem, só me repito,
Só me repetem, repitam comigo

Um sol pode vir a cair bem

Poderia ter-me ido
Vão me encontrar
Meu esconderijo

A espinha do movimento

Querem que os salve
Mas ninguém vem me salvar
Só me repito
E não salvo ninguém

Me avisam do que não sei
Nem quero saber
E tenho raiva de quem sabe

Vou virar a natureza

O cheiro da tinta é o quadro vivo

Sou a criança, que ficou
Não voltou
Essa é a resposta
Qual é a próxima pergunta?

Calendário

segunda-feira, abril 02, 2012 § 0

Quis eu que fosse o segundo de abril, pobre de mim, que já era mais de dois mil.
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