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Carta à ruptura

segunda-feira, setembro 30, 2013 § 0

Não viemos sozinhos ao mundo. Temos a breve consciência disso, embora frequentemente esquecida, de que fazemos parte de algo. Não somos apenas nós; não vivemos de nós mesmos; não somos auto-sustentáveis.
Enfrentamos muitas coisas em nosso dia-a-dia, conhecemos bem a vida que temos. A maneiras distintas, todos temos que enfrentar dificuldades para alcançar nossos objetivos, sejam eles diários, mensais ou vitalícios. Porém, sabemos não ser possível conquistar muito através apenas de nossa própria força. Buscamos energia em amigos, família, parceiros; certas vezes até um desconhecido nos diz, sem perceber, algo que nos reanima.
Não somos Atlas. Não temos o poder de sustentar tudo apenas em nossos próprios ombros e, principalmente, não há necessidade. Dividimos todos do mesmo chão, do mesmo concreto, das mesmas árvores e das mesmas cores. Respiramos o mesmo ar, vemos todos o mesmo sol. Estamos juntos. Não é natural estarmos todos aqui, porém virados a direções opostas.O "adeus" deveria estar reservado à vontade contrária. Só deveríamos nos despedir na total ausência de alternativas. O adeus não é uma solução. O adeus é triste e solitário, nos impedindo de viver como nascemos para viver: coletivamente.À despedida, quebramos um elo. À despedida, nos diminuímos e diminuímos conjunto as chances de melhorar o que não está bom. Não há razão em nos distanciarmos por que algo não vai bem. Continuará a não ir bem, porém sozinhos.Poucos sabem ou sentiram a real solidão, o realmente não ter uma única pessoa ao seu lado. Poucos sentiram essa sensação, porém muitos buscam cegamente encontrá-la e senti-la.Não somos frutas. Não apodrecemos, não somos passíveis de descarte. Temos, entretanto, uma imensa habilidade que convenientemente ignoramos: a comunicação.Um tato não necessita de muito. Um jeitinho, umas palavras, uns gestos. Tato não reserva-se a ninguém. Todos temos, todos sabemos quando queremos. Basta muito pouco para alcançar o próximo. Basta pouco para manter o elo. Quanto custa regar? Uma manutenção às vezes, atualizar uma peça ou outra. Não podemos pegar o próximo e mandar para reembolso.Podemos não perceber, mas precisamos uns dos outros. Não é utopia, fantasia ou romantismo. Precisamos uns dos outros direta ou indiretamente, material ou sentimentalmente. Quando fechamos uma porta, nem sempre abre-se outra. Poderemos estar, no fim, presos cada um em uma sala, sem contato, sem visão, sem audição e sem internet. Sentimentos não transmitem-se via wi-fi.Não sou pregador de nada, não busco conversões. Deixo aqui apenas uma visão buscando uma certa aproximação.Já que estamos todos aqui, poderíamos ao menos nos unirmos.

A distância dos polos

quarta-feira, julho 04, 2012 § 0

Queria te dizer o quanto sinto tua falta, mas o barulho diz menos que o silêncio incessante de uma distância temporariamente irreparável, cavando o vazio numa já pequena alma, desnorteando-me de um trajeto já invisível para meus olhos unilaterais.
Perco a noção dos dias que conto religiosamente, e com ela a força que me abandona os músculos do contentamento, regredindo aos passos de uma evolução falha conforme o fim perde-se de vista e a luz parece-me ser muito cara para enxergar.
A proximidade é meu combustível, o toque energiza-me e recobra a lucidez que se esvai a cada dia que passa.
Você sabe, você me conhece, vivo do calor dos sentidos aguçados e quero reter a paixão até necrosar-me o coração. Não sei andar sozinho, caminho o trajeto do destino, que desconheço e bato cada milha ou polegada do mapa ainda em branco, aguardando-me pacientemente para retornar e trilhar a fagulha do amor, que acendo e me incendeio nesse beco sem saída.
Queimo conjunto a paz, que não me julgo pronto o suficiente para sentir, enquanto cozinho-me para me servir do banquete do aprendizado. Se essa pausa me é benéfica, serve apenas para realinhar-me na órbita dos meus desejos, que multiplicam-se conforme estou.
Não quero ser o ingrato da calma, e agradeço pelas oportunidades que crio e me recriam. Almejo apenas três por cento de tudo aquilo que pretendo, mas às vezes até pouco parece muito longe.
Ter é não ter até poder, e o que posso é tomar o tempo como amigo, e esperar que a nutrição da espera nos fortaleça. Quero-me bem, assim como a ti também.

Sempre seu,

Renan Cesar Antunes

A Você

quinta-feira, junho 21, 2012 § 0

É com certo receio que venho lhe escrever hoje, receio de que nada do que eu lhe disser o fará esquecer de que me esqueci, mesmo que por meros dois dias, desta data tão especial. E nem te adianta dizer que me lembrei, e apenas senti aquele frio na barriga de te corresponder, pois a essa altura já deve ter milhares de sentenças percorrendo-lhe as idéias, e não serei eu que tentarei te convencer do contrário. Sabe que por menor que seja minha atitude, suas intenções são as mais honestas e sinceras que poderia ter.
Relembro com frescor de como tudo começou, a ansiedade, aquele grito abafado de um calor apaixonado, as vontades de realizar toda uma vida num único segundo, de te dizer o quanto te amava com cada palavra que nunca conhecera, o dicionário em mãos para descrever cada silhueta formada por seus sabores, que me deliciava a cada oportunidade, mesmo que tomasse semanas em branco, na hora certa estávamos ali, você e eu, prontos para criar mais uma etapa nessa nossa breve vida. Digo breve pois julgo ter nascido quando te conheci, logo, não sou nada além de uma criança de sete anos guardando todas as expectativas de uma vida inteira juntos, pois, vejo como o início de algo que somente hoje tive a tranqüilidade de compreender, frente os uivos de sofredor apaixonado que batia a porta atrás de si para ir embora para sempre pelos próximos quinze dias, e voltava romanticamente como se houvesse acabado de descobrir o amor pela primeira vez pela décima vez.
Tudo era novo, cada dúvida era uma nova página desconhecida que tentávamos desbravar, de mãos dadas, temendo e enfrentando todos os preconceitos e julgamentos que poderíamos encontrar pela frente..
Temi cada palavra desconexa gritada num momento de desespero para me arrepender no minuto seguinte e querer de todas as formas apagar e fingir que nunca aconteceu sob meu maior medo, que era o de feri-lo. Nunca compreendi bem meus sentimentos, por isso me julgava incapaz de pronunciá-los com precisão, e até hoje me amedronto com a ideia de que me compreenda mal, mas já entendi que o medo sou eu, portanto, não preciso temer.
Confio em você como confio em cada hera que lança seus abraços naturalizando uma construção vil. No fundo, sei que não preciso me preocupar, mas não consigo abrir mão daquele medo de que tudo possa dar errado a qualquer momento, apenas para constatar que tudo está dando certo, e que nosso amor só tem a crescer cada dia mais.
Nesses sete anos senti todos os sentimentos que lhe descrevi apenas para querer sentir ainda mais, por isso, se um dia for, irei com a paz de ter meu dever cumprido, que era o de te amar a cada dia de minha vida, mas espero que demore muito, para que possamos comemorar ainda mais vezes esse dezenove de Junho desta forma, juntinhos, como sempre esteve escrito para ser.
A você, MOURISMENT.


De seu amante eterno,

Renan Cesar Antunes

Confissões de Amor

sexta-feira, dezembro 28, 2007 § 0

Sinto, às vezes, certo ciúmes.
Não, de ninguém.
Sinto, às vezes, certo ciúmes das palavras bonitas que nunca sairam de mim.
Certas vezes, gostaria de exprimir de mim a paixão efeverscente de Thalita Peron. Sua simplicidade para dizer tudo em muito pouco, para resumir o amor em três linhas, e nos fazer parar no final para nos mostrar que, não não, o amor vai muito além disso.
Sinto, às vezes, vontade de agradecê-la publicamente por carregar consigo seu caderninho de anotações.
Agradecê-la por expressar tão bem em palavras o amor inteiro que sinto. O amor em mim, de todos os dias.
Continuarei a escrever sobre tudo, sobre as tristezas e amores de todos... Porque de mim não preciso escrever. O amor que sinto está nas palavras dela.

Minha confissão é uma carta de agradecimento.
Obrigado.

A você,
Thalita Peron.
Minha irmã.

Obrigado.

Comentando as "Informações Demais"

quinta-feira, outubro 06, 2005 § 0

Até alguns dias atrás, eu sinceramente não imaginava o poder que um blog poderia ter. Na verdade, não é bem o blog, e sim o conteúdo que possui tal poder. Ainda mais quando o tal blog tem tal conteúdo.
Eu não vou mentir pra você. Eu não me supreendi. Eu sempre cogitei essa possibilidade. Mas não por você. Por mim. Porque eu sempre vi com grande admiração as semelhanças entre pessoas de mesmo sangue.
Foi estranho ler tudo aquilo, com você bem do meu lado. Na verdade, não foi bem isso.. hehehe. Eu lia tudo aquilo, só que era como se eu estivesse lendo capítulos de um livro. Talvez aquele livro já estivesse na metade. Mas eu não acho. Acho que o que eu estava lendo era um grande capítulo de um importante livro que ainda estava no começo; um livro que ainda está no começo. Sem dúvida, um dos livros mais importantes pra mim, embora eu não seja um dos personagens principais. Talvez eu apenas tenha uma participação mais indireta nesse livro. Mas ainda existem vários anos pela frente para nós dois começarmos a participar mais freqüentemente de nossos livros. O meu sem dúvida ainda está no começo, mas mesmo assim, voce já teve grande participação nele, embora não perceba.
Parecia pra mim que eu estava lendo um conto. Foi estranho assimilar toda aquela história como sendo sua. Enquanto eu lia, eu estava até um pouco apático. Eu tinha as mesmas exaltações que eu teria se fosse um livro comum. Só depois que eu li, depois mesmo, que eu consegui assimilar tudo aquilo a você. Não foi à toa que eu não falei nada enquanto você ainda estava aqui. A ficha ainda não tinha caído. Foi como quando você assiste um filme. Você primeiro fica repassando todos aqueles acontecimentos, sozinho ali, pensando, pra depois poder discutir sobre ele. Foi isso. Eu tinha acabado de assistir um filme sobre você, dirigido por você, com você como personagem principal, mas precisei de um tempo pra poder discutir sobre ele.
Mas, sinceramente, não há nada a discutir, não é? Eu realmente achei legal você ter me dado aquilo para ler. Eu realmente senti que estava conquistando mais um pequeno espaço na sua vida.
Eu estou usando o meu blog para falar sobre isso com você porque só existe um lugar em que nós dois nos encontramos; e é justamente esse lugar em que nós não podemos falar sobre isso.
Mas na verdade, eu estou também usando isso como pretexto. Porque eu ainda não consigo conversar direito com você olhando nos seus olhos. Antes de te ver como amigo, eu ainda vejo aquele cara grandão, inteligentíssimo, do qual eu passei toda a minha vida me espelhando pra tentar ser alguém decente, ao menos.
Mas mesmo assim, depois de um tempo, eu descobri que eu não preciso ficar me baseando completamente em você. Depois de todo esse tempo, eu percebi que nossas semelhanças são grandes. Eu não me vejo chegando a ser alguém como você. Mas por certos detalhes, é indiscutível nossa semelhança. Isso eu acho bem interessante, porque mesmo com tantas semelhanças, precisamos passar por tantos estágios pra conseguir quebrar barreiras invisíveis que bloqueiam a personalidade de um para o outro; quando na verdade, deveríamos ser grandes amigos. Mas também tem aquele grande fator da idade né. Épocas diferentes, amigos diferentes, histórias diferentes, assuntos diferentes.
Talvez algum dia quebraremos essa barreira.
E, sobre o tal assunto, sinceramente, eu acho normal, tanto que nem me surpreendi. Mas existe um ponto que eu achei indispensável de se dizer: lendo tudo aquilo, eu percebi, e achei honesto de te dizer, que mesmo com tantas semelhanças que eu percebi nesses 16 anos, no dia em que eu li tudo aquilo, eu percebi que nós somos muito mais parecidos do que eu esperava.
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