O não-ato final

domingo, agosto 18, 2013 § 0

O fim está próximo. E como todos nós, ele sabe. Sabe quase, meio sabe, sabe não. Quê? Fazer? Dizer? Ouvir? Quê? Ser? O que ser no fim?
Seria outro? Transformar-se-ia em um alguém outro quem. Transformar-se-ia em silêncio, invariavelmente, posteriormente. Poderia seu silêncio transformar-se em eco?
Retornaria. Retornaria? Como poderia se apegar ao eterno retorno quando não havia qualquer coisa mais à qual retornar?
Está. Existe. É. Agora. Há apenas o presente, e isto é tão absoluto quanto o sol que não nascerá amanhã.
Esvazia-se. Abre-se. Eleva-se. Alinha-se na órbita do presente, aquele, que recebemos de alguém querido.
Abraça seu presente. Agradece por seu presente. Alegra-se. Será ideia, será eco, será sentimento.
É sentimento.
Sente.
Sentiu, sente, sentirá.
Ao fim, o único verbo que lhe estava garantida a eterna conjugação.

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