A pergunta das cores

domingo, julho 01, 2012 § 0

Gosto de escolher a cor, mas ela não muta-se
O que se modifica é o que não quero
Querer é solidificar para ver-se derreter
Condenso o que quero, e estremeço se reparo
Notar-me é um refúgio, onde me enalteço
Estilizo meu quarto e maquio meus livros
A palavra é rasa, mas afogo-me sem ver
O que exergo é invisível, e se descrevo, deixa de ser
Sou só, mas se escrevo, idem
O mesmo idealizo, e tão breve recrimino
Incrimino-me no cinza, mas apago rosa
A rosa não criei, e se só eu sei, então deixei
Abandono o ismo, e abraço o ade
A verdade é só saudade
Reencontro minha liberdade no desuso de outros
Eu pedi, eu recolhi
O lixeiro é o sultão de uma vida desperdiçada
Valorizo o real, e realizo o patriarcal
A família é unida, e nunca se desvencilha
Me desvio do que anseio, desejo o que não quero, e o que quero não recebo
O receio me recria, e da vida, desconheço
Apresentam-me um amarelo, mas meu azul já o esverdeou
A transformação inebria, e a brisa se perdeu
Busco a pergunta de uma cor preferida, mas a resposta foi você quem me deu.

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