- E se nos jogarmos daqui agora?
- Não faria sentido.
- Não é para ter sentido. É para ter uma solução.
- Essa não é a solução.
- É sim. A solução é sempre a mesma. Voar. Isso simplifica tudo. Voar.
- Sim... Voar.
- Então? E se nos jogarmos daqui agora?
- Não faria sentido.
- Não é para ter sentido. É para voar.
- Você não voaria.
- Você não voaria.
- Eu cairia.
- Sim, você cairia. Por quê? Você sabe por que.
- Porque não me faria sentido.
- Você quer, mas não acredita, não te faz sentido... Então você cai. Você cairá. Sim, sempre.
- E te faz sentido?
- Não é pra ter sentido. É pra voar. É a solução. Ir. Ir. Assim, estalando os dedos... Fácil assim.
- Não é fácil assim. Não é leve assim. É sempre mais amplo, complexo... Profundo. Sempre maior. Mais pesado. São muitas questões, muito a se discutir. É muito.
- Todo esse peso que vê é justamente o que te faz cair. Você não conseguirá voar comigo enquanto não se soltar de todas essas correntes, esses pesos, isso tudo aí, tudo isso. Solte-se.
- Mas não faz sentido.
- Não é pra ter sentido. É pra voar. Voe comigo. Voe comigo.
- Afaste-se daí. Venha! Volte aqui! Não faz sentido! Volte!
- Não é pra ter sentido!
- Solte minhas mãos! Não! Não faz sentido!
- Não é pra ter sentido! É pra voar!
- Não faz sentido!
- Pra voar! Voar! Voar!
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Há 7 anos