A Você

quinta-feira, junho 21, 2012 § 0

É com certo receio que venho lhe escrever hoje, receio de que nada do que eu lhe disser o fará esquecer de que me esqueci, mesmo que por meros dois dias, desta data tão especial. E nem te adianta dizer que me lembrei, e apenas senti aquele frio na barriga de te corresponder, pois a essa altura já deve ter milhares de sentenças percorrendo-lhe as idéias, e não serei eu que tentarei te convencer do contrário. Sabe que por menor que seja minha atitude, suas intenções são as mais honestas e sinceras que poderia ter.
Relembro com frescor de como tudo começou, a ansiedade, aquele grito abafado de um calor apaixonado, as vontades de realizar toda uma vida num único segundo, de te dizer o quanto te amava com cada palavra que nunca conhecera, o dicionário em mãos para descrever cada silhueta formada por seus sabores, que me deliciava a cada oportunidade, mesmo que tomasse semanas em branco, na hora certa estávamos ali, você e eu, prontos para criar mais uma etapa nessa nossa breve vida. Digo breve pois julgo ter nascido quando te conheci, logo, não sou nada além de uma criança de sete anos guardando todas as expectativas de uma vida inteira juntos, pois, vejo como o início de algo que somente hoje tive a tranqüilidade de compreender, frente os uivos de sofredor apaixonado que batia a porta atrás de si para ir embora para sempre pelos próximos quinze dias, e voltava romanticamente como se houvesse acabado de descobrir o amor pela primeira vez pela décima vez.
Tudo era novo, cada dúvida era uma nova página desconhecida que tentávamos desbravar, de mãos dadas, temendo e enfrentando todos os preconceitos e julgamentos que poderíamos encontrar pela frente..
Temi cada palavra desconexa gritada num momento de desespero para me arrepender no minuto seguinte e querer de todas as formas apagar e fingir que nunca aconteceu sob meu maior medo, que era o de feri-lo. Nunca compreendi bem meus sentimentos, por isso me julgava incapaz de pronunciá-los com precisão, e até hoje me amedronto com a ideia de que me compreenda mal, mas já entendi que o medo sou eu, portanto, não preciso temer.
Confio em você como confio em cada hera que lança seus abraços naturalizando uma construção vil. No fundo, sei que não preciso me preocupar, mas não consigo abrir mão daquele medo de que tudo possa dar errado a qualquer momento, apenas para constatar que tudo está dando certo, e que nosso amor só tem a crescer cada dia mais.
Nesses sete anos senti todos os sentimentos que lhe descrevi apenas para querer sentir ainda mais, por isso, se um dia for, irei com a paz de ter meu dever cumprido, que era o de te amar a cada dia de minha vida, mas espero que demore muito, para que possamos comemorar ainda mais vezes esse dezenove de Junho desta forma, juntinhos, como sempre esteve escrito para ser.
A você, MOURISMENT.


De seu amante eterno,

Renan Cesar Antunes

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