Aquele toque

domingo, janeiro 13, 2013 § 0

Posso começar do fim, e dizer que o início é a turbulência. Claro, como poderia se iniciar na calma, numa demasiada fragilidade? A verdade que se configura é uma pura tempestade. Quantos pensamentos. É o aliciamento dos sentimentos, aqueles, que não possuímos, como a palavra que escrevo. São do outro. São dele, dela. Guardam os sentimentos na garganta, deixando seus desejos inflamarem, queimarem o corpo com tanta facilidade.
Posso começar do fim, e dizer que o início é o toque. Ele, justo ele, começa a história, quando sentimos o outro e percebemos constatamos sua realidade, construindo o que imaginamos, vendo urgir esta necessidade do corpo do outro, tanta sagacidade para unificar esta dualidade. Deixa-se escorrer a inabilidade para tornar-se o gestor da sensação. É, de antemão, o louco da paixão, e então toca. Toca o outro. O último ato é de fato o primeiro, onde germinam as sementes, pulsando este sentimento que retorna, que vem, e não se vai, apenas percorre o corpo dentro das veias, dentro da pele, é a própria carne que nos envolve, e nos devolve esta vontade, esta habilidade em dividir desta única verdade: a de que a saudade do toque é aquilo que nos move. Este tempo entre o toque é o enfoque do pensamento. Os segundos que o antecedem são esta eternidade, a dor de uma imensa ansiedade.
Posso acabar com o início, e dizer que o fim é, enfim, esta fragilidade.

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