Maria Rosa

sábado, janeiro 19, 2013 § 0

Eu a conheço. Conheço este cheiro de tranqüilidade ao aproximar meu imaginar de seu ser. Ela está. Ela é. Assim. Em mim. E nela. Ela por si só. Sem mim. Não precisa de minha criação para existir. Esteve aqui antes mesmo de eu chegar, apenas me aguardando me preparar para chegar e então narrar. Tenho pouco a dizer sobre aquela ansiedade recorrente, afinal, ela não a sente. Tenho muito a aprender com seu não exagerar no pensar, com seu agir, com seu puro progredir. Faz, faz, faz, e não olha para trás, está além do limiar, está num outro como existir que só faz persistir, para assim poder se encontrar. Encontro-a todas as manhãs na curva da esperança, às tardes no quarteirão da coragem, e às noites nos becos da perseverança. É a suave lembrança deste outro como reagir, de como se desinibir para então conquistar. Conquista a mim, conquista a você, conquista a quem se deixar ouvir, quem se permitir enfim contemplar este leve reinar a si mesmo, reinar seu próprio corpo, reinar sua própria mente, reinar seu próprio desejo, e saber tê-lo em si. Não o tateia, não o aperta, apenas mantém o desejo guardado, visualizado, sabe tê-lo onde precisa, na hora certa exprimirá, deixará escorrer, condensará esta vontade em leveza, é assim, de um leve sentir que surge, que se cria, que me mostra este outro como viver. Eu a conheço, e assim desejo ser. Mas se a compreendi, sei que não posso me limitar a desejar. O que posso me permitir é persistir.

What's this?

You are currently reading Maria Rosa at MOURISMENT.

meta

Todos os direitos reservados. Tecnologia do Blogger.