Lucky Strike

quarta-feira, junho 20, 2012 § 0

Uma temeridade insípida penetra o corpo regurgitante, substituindo suas proezas pela propaganda de um mal anunciado, propagando sua enfermidade pelas palavras de condolência que não ousa cessar, sem se resguardar da ciência de fazê-lo contra suas vias de sobrevivência, trancando-lhe uma sobriedade da qual almeja se reconstruir, contudo tendo seus tijolos assentando-lhe a alma cada vez mais fundo na recorrência de uma invalidez desconsiderada, tua razão sinalizando a mão contrária à qual percorria assiduamente com os faróis desligados sob a névoa que, dissipando-lhe a lucidez, emoldurava-o num paradigma do qual ignorava ser capaz de se desvencilhar.
Sua memória resvala-se por cordilheiras de tempos obstruídos, ocupando-o com o deleite amargante da não realização das oportunidades que escorregavam por entre o ocre que emanava o sabor de uma solidão prematura e indesejada, renegando uma intuição da qual nunca pudera abdicar, pois não era sua para fazê-lo, assim como o próprio sujeito de sua morbidez, que dependia da boa vontade de seus predicados para regozijar-se de sua inabilidade em abnegar de sua condição de sombra para seus frutos, que assistia desprenderem-se sem seu herói para pegá-los habilmente em tempo suficiente para que se perdesse tudo pelo qual lutamos para conquistar, dia a dia, com a fé de que o próximo será melhor, não obstante um esforço, ainda que básico, em não zarpar os mapas desenhados por outros, para outros, tendo a paciência de descobrir o que foi traçado para si, a maturidade para conhecê-lo, a responsabilidade para percorrê-lo, e a hombridade para sê-lo, pois, somente com tamanha leveza se alcançará o patamar daquela história escrita para que somente nós mesmos pudéssemos protagonizá-la.

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