A Mulher Que Tudo E Nada Via

sexta-feira, setembro 15, 2006 § 0

Algumas vezes, só algumas vezes, eu gostaria de poder exergar o mundo como as outras pessoas. Mesmo que elas vejam o mundo superficialmente, mesmo que cada uma veja de um jeito, mesmo que muitos não prestem atenção; só algumas vezes, eu gostaria de poder ver o mundo dessa forma simplista, mesmo que só por alguns momentos.

Me dizem que o mundo é cheio de cores, de formatos, de curvas, de retas, traços, cadarços... Talvez eu veja o mundo de forma muito mais completa que muitas pessoas; talvez eu sinta o universo mais do que muitos. Mas mesmo assim, eu gostaria de ver como tudo é.

É como as pessoas aqui na Terra. Todas vivem aqui, fazem coisas aqui, vêem o que tem aqui, sentem o que tem aqui, mas todos gostariam de ter aquela visão ampla do planeta, vista da Lua, por exemplo. É isso. Eu sinto as coisas, eu percebo as coisas, eu tenho gostos e desgostos pelas coisas, mas mesmo assim eu gostaria de ter aquela visão ampla de tudo.

Eu sinto tudo. Eu estou no éter da existencia. Eu estou no nucleo das coisas, eu sinto tudo, eu posso saber de tudo o que acontece com aquela coisa, eu estou dentro, eu estou no lugar mais profundo, que olho nenhum poderia sentir, mas eu quero ver tudo por cima, eu quero subir aos céus, e ver o que as coisas realmente são.

Os traços são inuteis, as cores são desnecessarias, mas eu gostaria de vê-las.

Eu queria, apenas por instantes, poder ver o mundo de uma forma superficial como todos podem.

Eu quero ir ao espaço, e ver o que todos e ninguém vêem.

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